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Empresas não-sustentáveis morrerão, diz Paulo Nigro

Em evento do Lide, presidente da Tetra Pak alertou para processo de conscientização ambiental

Empresas que não estiverem de acordo com programas de sustentabilidade vão desaparecer – e em um período não muito longo de tempo. A declaração foi dada pelo presidente da Tetra Pak, em evento realizado na última quinta-feira (13) pelo Grupo Líderes Empresariais (Lide), comandado pelo empresário João Dória Júnior.

Conforme o encontro, realizado com autoridades de diversas companhias, o tema é crucial para o desenvolvimento dos negócios. “Empresas centenárias que não dão atenção a isso pagarão um preço muito alto”, alertou.

Nigro citou pesquisas de opinião nas quais foi apontado que 95% dos consumidores brasileiros têm o interesse de comprar produtos – e inclusive pagar mais por eles - que tenham viés sustentável. A proporção é maior do que a verificada em diversos outros países: para se ter uma ideia, no segundo lugar da lista citada pelo presidente da tetra Pak está França (77%), seguida por Estados Unidos (63%) e Alemanha (56%).

“Para ter uma base sólida, a companhia precisa estar apoiada em três pilares: econômico, porque é necessário que ela dê lucros; ambiental, visando a harmonia com o meio ambiente; e social, deixando um legado positivo ao menos na comunidade na qual atua.

Neste ponto, o executivo lembrou sobre a importância da certificação FSC de origem de papel – chancela que garante a extração sustentável do material. Segundo Nigro, todas as embalagens comercializadas pela companhia – compradas da empresa de papel e celulose Klabin – possuem essa garantia.

São cerca de dez bilhões de unidades comercializadas ao ano na América Latina, das quais, dois bilhões ostentam o selo.  “A introdução do selo gera custos e é feita ao longo do tempo. Mas, seguramente, 3,5 bilhões estarão com a indicação até o fim de 2010”, apontou.

Competição

Conforme o diretor da organização não-governamental Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Roberto Smeraldi, muitas companhias ainda travam o processo de conscientização para o desenvolvimento sustentável por medo de destoar de seus pares e concorrentes.

“Aparentemente existe um medo de incorporar ativos e passivos ambientais por medo de competir. Parece que todos querem ficar nivelados – e certificação é um componente essencial para o início do processo”, comentou.

O coordenador do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Rubens Gomes, alertou que não somente as empresas, mas também os consumidores possuem papel essencial no processo.

“A sociedade precisa deixar de ser tolerante com crimes ambientais e procurar escolher produtos que sejam certificados porque, se não, serão responsáveis pelos crimes ambientais também. Se não fizermos isso, certamente conseguiremos destruir esse mundo mais rápido”, alertou.