O ritmo de vendas do comércio varejista começou 2010 mais acelerado do que terminou 2009 na comparação interanual, sinalizando um início de ano forte para as indústrias, com grande volume de pedidos.
Na primeira quinzena deste mês, o número de consultas para vendas à vista cresceu 8,5% em relação a igual período de 2009, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
As consultas para negócios a prazo aumentaram 5,1% nas mesmas bases de comparação. Na média das duas formas de pagamento, a alta foi de 6,8% em relação à primeira quinzena de 2009.
Em dezembro do ano passado, a média anual de crescimento nos dois sistemas havia sido de 6,2%, com uma elevação de 7,4% nas vendas à vista e de 5% nas vendas a prazo.
Com base no desempenho da primeira quinzena, o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, calcula que as vendas do varejo encerrem o primeiro trimestre com crescimento de 6% em relação a 2009.
"Esse resultado é muito bom e indica que a retomada é sustentável e as taxas de crescimento poderão se acelerar nos próximos meses", diz o economista da ACSP, Emílio Alfieri.
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A indústria, especialmente a de bens duráveis, como eletrônicos e eletrodomésticos, já sentiu esse vigor do comércio em sua carteira de pedidos neste início de ano. A Latina Eletrodomésticos, por exemplo, que fabrica as lavadoras de roupa semiautomáticas, os tanquinhos, ventiladores e purificadores de água, entre outros, hoje já está com os pedidos de janeiro praticamente fechados.
Paulo Coli, vice-presidente da empresa, prevê crescimento entre 20% e 25% no faturamento do primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2009. "Pelos pedidos colocados até agora, vamos atingir essas taxas." A empresa ocupa entre 82% e 85% da capacidade de produção.
A Samsung é outra que começou o ano com grande volume de encomendas. "A reposição de produtos está forte", afirma o diretor de eletrônicos de consumo, Marcio Portella Daniel.
No caso dos eletrodomésticos da linha branca (refrigeradores, fogões e máquinas de lavar), as compras do varejo refletem o ritmo de vendas ao consumidor. É que, ao contrário de 2009, as lojas desistiram de fazer estoques preventivos por causa do fim do corte do IPI, que termina em 31 de janeiro.