O BC informou ontem que as operações de crédito do sistema financeiro tiveram expansão de 1,5% em setembro na comparação com agosto. Com essa variação, o saldo de todos os empréstimos concedidos às pessoas físicas, empresas e setor público somava R$ 1,347 trilhão ao fim do mês passado. A participação do crédito no PIB atingiu no mês passado 45,7%, ante 45,3% em agosto. Em setembro do ano passado, o percentual do crédito no PIB era de 38,7%.
No acumulado de 12 meses até setembro, a carteira de crédito acumula expansão de 16,9%. Segundo o BC, o resultado de setembro apresentou "desempenho similar ao observado no mês anterior, constatando-se expansão das operações com recursos livres e com recursos direcionados."
A trajetória de recuperação do crédito para as famílias segue impulsionada pela alta na participação em empréstimos consignados e, nas empresas, crescem os financiamentos referenciados em recursos domésticos, condicionados pelo desempenho positivo da atividade econômica, destaca o documento do BC.
O crédito para a habitação cresceu 3,6% em setembro em relação a agosto. O ritmo de crescimento foi mais de duas vezes superior à média do mercado, que teve alta de 1,5%. Esse setor teve a maior taxa de expansão no mês passado. No fim de setembro, os financiamentos para a habitação somavam R$ 82,716 bilhões. A cifra é 42,3% maior que a observada em setembro de 2008.
- Crédito se normaliza, diz Serasa
- Banco do Brasil vai aumentar em 20% oferta de crédito em 2010
- Demanda por crédito das empresas sobe pela primeira vez no ano, frente a 2008
- Pagamento do décimo terceiro estimula aumento na demanda por crédito
- Caixa amplia crédito para micro e pequenas empresas em R$ 200 mi
Juros – O juro cobrado das pessoas físicas atingiu em setembro o menor nível da série histórica, iniciada em julho de 1994. Porém, em outubro, voltou a subir. A informação é do chefe-adjunto do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Tulio Maciel. Em setembro, o juro médio cobrado das famílias caiu 0,5 ponto percentual em relação a agosto, para 43,6%.
A redução foi liderada pelo financiamento para veículos, que caiu 1,3 ponto percentual em relação a agosto para 24,9%, e pelo parcelamento do varejo, com queda de 3 pontos percentuais, para 51,4%.
A queda de setembro levou à décima redução consecutiva dos juros médios no crédito livre, fechando o mês em 35,36% ao ano. Em agosto, a taxa era de 35,4%. Nos empréstimos para empresas, o juro médio cedeu de 26,4% para 26,3%.
Também houve corte do spread bancário – a diferença entre a taxa de captação e o juro cobrado do cliente. Ele passou de 26,3 para 26 pontos percentuais de um mês para o outro.
A inadimplência média das pessoas físicas caiu de 8,4% para 8,2% entre agosto e setembro, retornando ao patamar de janeiro. Essa foi a terceira queda seguida da inadimplência entre as famílias. Na média, a falta de pagamento nas operações de crédito livre caiu de 5,9% para 5,8% entre agosto e setembro. A inadimplência média das empresas no crédito livre subiu pelo décimo mês seguido e atingiu 4% em setembro. Em agosto, os empréstimos com atraso superior a 90 dias eram 3,9% e em novembro de 2008, quando a sequência de altas começou, 1,7%. Com o dado de setembro, a inadimplência da pessoa jurídica se mantém no pior patamar desde maio de 2001.