A introdução do cadastro positivo poderia aumentar em 19% o acesso ao crédito no Brasil, por meio da inclusão de parcelas da população que hoje são rejeitadas pelo sistema financeiro. A conclusão, divulgada ontem, é baseada em simulações realizadas pela Serasa Experian.
Desta forma, o cadastro positivo poderia reduzir de 8,6% para 4,7% a inadimplência do consumidor brasileiro - uma queda de 45% -, enquanto o spread poderia cair de 37,4% para 31,1%. A simulação leva em conta uma metodologia do Banco Mundial, feita entre 2001 e 2002, combinada com dados do Banco Central brasileiro referentes a maio deste ano.
"Apesar de ter sido elaborado entre 2001 e 2002, o estudo do Banco Mundial não perde sua atualidade por conta da metodologia utilizada, baseada nos requisitos fundamentais do cadastro positivo", afirma em nota o presidente da Serasa Experian, Francisco Valim.
De acordo com o executivo, diante do ambiente de crise global, com "ruptura da confiança nos mercados", o Brasil precisa se preparar para o pós-crise, com um mercado diferenciado no quesito confiança.
"O momento é este para a implantação do cadastro positivo e contar com tudo que propicia em benefício de toda a sociedade. Somente dessa maneira o país pode se consolidar como atração de investimentos internacionais e ter crescimento sustentado " , argumenta Valim.
No cadastro positivo a concessão de crédito é feita a partir da análise de todo o histórico de endividamento e de pagamentos realizados. A ideia é que os bons pagadores possam ser beneficiados, por exemplo, com taxas de juros menores.
A criação do instrumento no Brasil foi aprovada pela Câmara dos Deputados, mas ainda não passou pelo Senado.
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