Luana Cristina de Lima Magalhães
Trabalhar além do período acordado é uma atitude positiva para a sua carreira? E se a hora extra não for remunerada, há alguma maneira de dizer não sem ser prejudicado?
De acordo com a consultora do IDORT-SP, Elisabete Alves, a cultura da hora extra está sendo mudada devido aos programas de qualidade de vida e também para reduzir os custos das empresas.
"As empresas valorizam aqueles profissionais que conseguem cumprir suas metas no horário de trabalho estabelecido. Além disso, a hora extra custa caro para as instituições".
Dois lados
Segundo o diretor da consultoria empresarial AssertRH, Benedito Milioni, a hora extra pode ter um aspecto positivo ou negativo.
"Trabalhar horas extras sem remuneração pode ser um indicador de comprometimento com a empresa e seus propósitos, desde que devidamente limitada. Por outro lado, o profissional que prolonga frequentemente seu trabalho, ao invés de sugerir lealdade e dedicação, quase sempre leva a crer que é uma pessoa desorganizada e que não sabe administrar o seu tempo".
Gestão em risco
Elisabete ressalta que só é aconselhável o líder solicitar hora extra aos seus colaboradores se for por um motivo muito importante.
"O profissional precisa entender os motivos da hora extra. Caso contrário, o gestor pode ser visto como uma pessoa autoritária e difícil".
Como dizer não?
Para aqueles profissionais que estão cansados de fazer hora extra, mas não sabem como recusar, sem ser prejudicado, o segredo, segundo a consultora, é negociar. "O colaborador pode propor ao chefe fazer as atividades em outro momento, durante o expediente", finaliza Elisabete.
Agora, se a situação ficou insustentável, a consultora destaca também que o profissional solicitado a todo o momento para fazer horas extras pode permanecer na empresa até conseguir outro emprego.