Menos da metade das empresas brasileiras (46%) elaborou estudos para medir o impacto da reforma tributária em seus negócios, revela pesquisa da Deloitte divulgada nesta semana. A maioria das empresas aguarda as leis complementares que regulamentarão as novas regras dos impostos sobre o consumo, esperadas ainda esta semana no Congresso Nacional.
O estudo, intitulado "Tax do Amanhã", entrevistou 172 companhias de seis setores diferentes. Entre aquelas que fizeram previsões, destaca-se o grupo das empresas com benefícios fiscais, das quais 61% estão considerando mudanças significativas, como alterações na cadeia de suprimentos ou mudança de endereço, visando manter a competitividade frente a possíveis impactos como aumento na carga tributária e redução de margens.
Embora a maioria das empresas (64%) planeje manter seu modelo de operação, a pesquisa revela que há preocupações significativas com a transição da reforma, incluindo aumento de custos não previstos, insegurança jurídica e perda de incentivos e créditos fiscais.
"É importante ressaltar que, além dos impactos financeiros diretos, essas mudanças também podem gerar insegurança jurídica e desestimular investimentos no país. A falta de previsibilidade e estabilidade no ambiente tributário são motivos para afastar investidores e prejudicar o desenvolvimento econômico do Brasil. Diante desse cenário, é fundamental que as empresas estejam preparadas para enfrentar os desafios impostos pelas novas medidas. Isso inclui uma revisão cuidadosa de suas estratégias fiscais e uma análise detalhada do impacto das mudanças nas suas operações e resultados financeiros", explica Hélder Santos, CEO da Tax Strategy, mestre e doutorando em Contabilidade e Controladoria pela Universidade de São Paulo (USP).