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Pix promove inclusão financeira e maior oferta de serviços bancários

De acordo com estudo da ACI Worldwide, métodos de pagamento real-time podem gerar lucros de U$ 8,9 bilhões para as instituições financeiras do Brasil até 2028

Um dos métodos de pagamento mais populares do Brasil, o Pix vem ganhando cada vez mais o coração dos brasileiros. Com o recente recorde de 227 milhões de transações em um único dia, segundo dados do Banco Central, a plataforma tem a capacidade de promover a inclusão financeira no país, sendo responsável por trazer mais de 71 milhões de cidadãos ao mercado, de acordo com a autarquia. Contudo, um outro ponto que merece destaque é que essa ferramenta também ajuda os bancos a aumentarem sua oferta de serviços. Para se ter uma ideia, um estudo recente da ACI Worldwide aponta que os métodos real-time contribuirão para 2,8 milhões de novos correntistas, representando lucros potenciais de US$ 8,9 bilhões para as instituições financeiras brasileiras até 2028.

De acordo com Igor Castroviejo, diretor comercial da 1datapipe, plataforma de consumer insights baseada em Inteligência Artificial, o Pix foi responsável por democratizar a forma como as pessoas fazem transações no Brasil. “Esse método deixou as coisas mais práticas, pois agora é possível fazer pagamentos sem precisar ficar andando com a carteira a tiracolo. Tendo um celular com um pacote de dados, o usuário consegue fazer pagamentos em diversos locais sem precisar arcar com taxas bancárias. Por conta disso, a plataforma ganhou uma grande popularidade, com cerca de 42 bilhões de transações no último ano, segundo dados do Banco Central.”

Devido ao uso em abundância do Pix no Brasil, os bancos agora têm mais uma fonte de dados na hora de oferecerem produtos, principalmente aqueles ligados ao crédito. “Durante muito tempo, as autarquias se baseavam em informações muito superficiais na hora de uma avaliação, como o fato de a pessoa ter conta bancária ou emprego com carteira assinada. No entanto, no Brasil, são mais de 4 milhões de pessoas sem conta em banco, de acordo com o Instituto Locomotiva, e 38% trabalhando informalmente, segundo o PNAD. Então, como abranger essas pessoas?”, questiona o executivo.

O fato é que um estudo do Banco Central revelou que os estados com menos agências bancárias são os que mais registraram movimentações via Pix, sendo a região Norte a de maior destaque, com 21 transações por pessoa. “Tudo isso vira ouro para as instituições bancárias. Por meio do uso de soluções de Inteligência Artificial combinadas com análise de dados, os bancos conseguem atingir uma camada maior de informações de possíveis clientes, como histórico de compras online, comportamento na internet e pagamentos de contas ou serviços que foram feitos via Pix. Assim, sem aquela limitação anterior, mais pessoas são abrangidas pelas instituições e têm acesso a crédito. Ao mesmo tempo, as autarquias conseguem fechar mais negócios”, explica.

Para novembro, por exemplo, está previsto o lançamento do Pix por Aproximação, modalidade em que o método de pagamento poderá ser cadastrado nas carteiras digitais, o que facilita a vida do consumidor, que pode fazer uma transação sem acessar o aplicativo do banco. “Dessa maneira, uma instituição bancária pode aproveitar os dados dessa plataforma para avaliar padrões de comportamento do cliente, identificando tendências de uso, horários de pico de atividade e preferências de canal. Esses informações podem alimentar modelos de crédito ou de prevenção de fraudes, avaliando a capacidade de pagamento e o comportamento financeiro com base em seu uso”, finaliza Igor Castroviejo.