Recentemente, o contínuo aumento da fila de atendimento do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) voltou a ser destaque nos jornais, mas, dessa vez, o motivo é justamente aquilo que deveria agilizar o processo: a automação do atendimento.
Desde janeiro, 4 em cada 10 pedidos de benefícios foram analisados pelo sistema, mas o desencontro ou falta de informações transmitidas fazem com que os segurados tenham que recorrer ao atendimento presencial ou, até mesmo, a um profissional especializado.
O advogado Dr. Márcio Coelho, especializado em direito previdenciário, vê com cautela essa automação: “Nos casos de pedidos de auxílio-doença, o segurado fica à mercê do software, porém os exames físicos são imprescindíveis. Com essa inovação, fica mais difícil acompanhar os parâmetros de imparcialidade, especialmente em situações que os documentos precisam ser interpretados, como laudos e exames médicos”, alerta o especialista.
Com a demora e falta de transparência, as pessoas acabam procurando as agências e solicitando perícias presenciais. “A automação está muito desorganizada e o banco de dados, que é a base de tudo, também é falho, gerando mais atrasos. Tem casos em que os segurados estão há 3 meses aguardando o parecer”, comenta Dr. Márcio.
Para evitar transtornos e ainda mais tempo de espera, ele aconselha que os beneficiários atualizem seus dados no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) antes de iniciar o processo de pedido do benefício: “Para que a resposta seja mais rápida e assertiva, é preciso que todas as informações do segurado estejam corretas e atualizadas, pois é com base nesse cadastro que o INSS irá deferir ou indeferir os pedidos. Vale lembrar que os pedidos também podem ser feitos pessoalmente”, aconselha.