Em 2021, uma pesquisa da Catho mostrou que, entre as mães que trabalhavam fora, 69% deixavam os filhos com outras pessoas, 19% com o pai das crianças e 12% em alguma escola. A mesma estatística pelo olhar da paternidade mostra que apenas 36% dos pais deixam com outras pessoas, 58% com a mãe das crianças e 6% em alguma creche.
A discrepância mostra como o cuidado do pequeno ainda recai muito mais sobre a mulher e, por isso, é preciso refletir sobre o equilíbrio da realização pessoal e da profissional, como aponta Monique Stony, psicóloga com mais de 15 anos de experiência como executiva de Recursos Humanos em organizações multinacionais e apoiadora do desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres.
“Existe uma formação social e cultural da mulher na sociedade com relação aos papéis esperados que ela ocupe. E pouco se fala da mulher à frente da carreira, em cargos importantes de liderança. Quando se torna mãe, por exemplo, é natural que uma mulher precise de mais flexibilidade. Sabemos que algumas responsabilidades deveriam ser compartilhadas entre mãe e pai, mas, infelizmente, em boa parte dos casos caem no colo apenas das mulheres”, comenta.
Considerando essas informações, ela fornece uma série de perguntas que a mãe deve se fazer para conseguir entender o contexto em que está inserida e traçar um plano estratégico que vise a uma realização em todos os âmbitos. São elas:
- Como é o tipo de mãe com o qual eu gostaria de ser reconhecida? Quais os adjetivos que eu gostaria de ter? “Uma mãe presente, amável, que consegue brincar bastante com os filhos e ser participativa na vida deles? Tente identificar esse ideal”, pontua.
- O que eu preciso fazer para me sentir essa mãe presente - ou qualquer outro objetivo que tenha utilizado em resposta à primeira pergunta - na vida dos meus filhos? “Acompanhar na escola ou jantar com eles? Tente trazer uma medida concreta e objetiva para isso”, indica a psicóloga.
- Em termos de tempo presente, quantas horas preciso ter com seu filho diariamente para viabilizar esse plano?
- Profissionalmente pensando, o que eu preciso alcançar para me sentir realizada? Qual a posição e o tipo de trabalho que eu devo estar fazendo e com qual tipo de flexibilidade?
- O que eu preciso fazer para chegar nesse ideal de realização profissional? Que habilidades e conhecimentos preciso desenvolver? Que conexões com outras pessoas preciso estabelecer? Que tipo de rede de apoio materna e profissional preciso montar?
“A mulher precisa de um bom nível de autoconhecimento para identificar com clareza qual o papel da carreira na vida dela, a função da realização profissional e da maternidade. Quem concilia bem as funções normalmente considera que a maternidade não é seu único papel e nem fator exclusivo determinante de sua identidade, mas sim um deles”, conclui a especialista.
Sobre Monique Stony
Monique Stony é psicóloga e possui mais de 15 anos de experiência atuando como executiva de Recursos Humanos em organizações multinacionais e apoiando o desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres. Faz parte do grupo Mulheres do Brasil, onde atua como mentora de carreira de jovens negras. Criou o canal @maesnalideranca no Instagram onde mostra o dia a dia, os desafios e as estratégias da mulher moderna na realização de seus objetivos pessoais e profissionais. Oferece serviços de mentoria, além de palestras e treinamentos corporativos para a liderança e, atualmente, está escrevendo um livro com o propósito de ajudar mulheres a conciliarem carreira e maternidade.
Graduada em psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestre em Administração com ênfase em Estratégia pelo COPPEAD/UFRJ, além de ter participado de cursos internacionais de educação executiva e aprimoramento profissional em instituições como Stanford, INSEAD e Beck Institute. Monique foi reconhecida duas vezes como um dos profissionais de Recursos Humanos mais admirados do país pela Instituição Gestão RH.
Para mais informações, acesse: https://www.instagram.com/maesnalideranca/