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Desejos dos clientes: ouvir e interpretar

Viemos de um tempo em que o vendedor falava muito e o cliente só ouvia, época em que a procura era maior do que a oferta

Fonte: O Autor

Resumo:

Viemos de um tempo em que o vendedor falava muito e o cliente só ouvia, época em que a procura era maior do que a oferta. Com produção limitada, quase tudo que se produzia era vendido com facilidade.

Descrição:

Ansiedade até certo grau é natural, mas pode tornar-se um distúrbio, e isso tem acontecido com grande parcela dos profissionais do presente século. O vendedor ansioso pelo fechamento da venda pode perdê-la, pois o cliente não está interessado na compra pelo simples fato de ajudar alguém, pois há pessoas com necessidades maiores que a do vendedor. O cliente adquirirá o produto ou serviço quando percebe que o mesmo vai suprir uma carência. Este é o segredo: descobrir a necessidade do cliente.

Conhecer a necessidade do cliente não é tão trabalhoso. Basta fazer as perguntas certas e deixá-lo falar. Cabe ao vendedor ouvir atentamente para decifrar o enigma, o segredo, o mistério ou, simplesmente, o desejo. O profissional de vendas deve ter o cuidado de não perder o foco da entrevista – identificar as necessidades para encaixar os benefícios do produto ou serviço. Se isto acontecer deve corrigir o rumo com nova pergunta inteligente.

A empresa também pode ouvir seus clientes por meio de entrevistas – telefone, e-mail, SMS, questionários com ferramentas na internet que garantem sigilo etc. –, sendo necessária muita atenção na formulação das perguntas e mais ainda nas respostas, pois o cliente pode pensar uma coisa e responder outra. Preservar a identidade do cliente é o meio mais seguro de garantir que ele dirá o que pensa de fato.

O vendedor deve demonstrar que o foco não é a venda, mas a solução do problema do cliente. O bom profissional de vendas não irá empurrar algo que deixará o cliente insatisfeito, pois ter o cliente numa única venda não é boa jogada. Observe que até os candidatos a vereador, prefeito, deputado, governador e presidente precisam do cliente – eleitor – mais de uma vez. Quem não pensa assim tem grandes chances de não conseguir realizar a segunda venda.

Também é possível ouvir o cliente com a interpretação dos dados existentes dentro da empresa, tais como relatórios de vendas, pontualidade nos pagamentos, diálogos registrados (especialmente as reclamações), relacionamentos no chat, e-mail e redes sociais. Investir tempo para organizar e interpretar as informações disponíveis na empresa ajudará a compreender como age o cliente e identificar seus anseios. Estes resultados facilitarão abordá-lo.

Tenho um exemplo que sempre gosto de compartilhar para exemplificar a importância de conhecer o cliente para ofertar produtos ou serviços. Determinada loja de roupas está com promoção de bermuda jeans e o vendedor telefona para todos os clientes, mesmo sem conhecê-los, pois o produto é muito bom e o preço, melhor ainda. Logo que o cliente atende o vendedor fala da oferta. Num dos casos ele percebe que o consumidor ouve educadamente, mas não se empolga. Depois, ao conversar com sua gerente, o vendedor descobre que trata-se de uma senhora de meia idade e que devido à religião que professa, usa somente vestido longo. Ter informações do cliente registradas no software farão com que seja ofertado algo que ele deseja, facilitando alcançar o objetivo e não desperdiçar o tempo dos dois.

Pesquise antes de ofertar o seu produto, para ter certeza de que atenderá a expectativa do cliente. O ideal é que o cliente fale mais e o vendedor seja o maestro na condução da conversa para não dispersar. Faça perguntas e afirmações certas no momento certo. Se o seu produto ou serviço não atender a expectativa do cliente é melhor nem oferecê-lo, para deixar as portas abertas, pois o cliente perceberá que o seu intuito é conhecer suas necessidade e não empurrar qualquer coisa. No entanto, se aquilo que você tem a ofertar atende as necessidades dele, ficará muito mais fácil de concretizar a venda com base nas informações colhidas.

Na atualidade a oferta de produtos e serviços é muito maior do que a procura. Não que o consumo seja menor do que no passado, mas o número de fornecedores cresceu exponencialmente, fazendo com que as técnicas que funcionavam anteriormente já não apresentem o mesmo resultado. Os consumidores têm fácil acesso para conhecer os seus concorrentes, bem como ficaram mais exigentes, pois têm maior quantidade de informações. Pode acontecer do cliente saber mais do que você sobre o produto ou serviço, por isso a melhor técnica é fazer perguntas, ouvir e interpretar.

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