A governança corporativa está no DNA da empresa familiar desde o início das atividades quando é confeccionado o contrato social. Todavia, muitas empresas precisam desenvolver as boas práticas desta governança e os instrumentos que foram desenhados durante todo o processo de implantação, como o acordo de sócios.
Eduardo Valério, diretor-presidente da JValério, especializada em empresas familiares, afirma que muitas empresas precisam fortalecer a sua governança para que a empresa se mantenha produtiva e efetiva.
Para tanto, algumas práticas de governança não devem deixar de ser exercidas. Um bom exemplo lembrado por Eduardo Valério é a reunião de conselho de administração, que no início acontece mensalmente e começam a ser postergadas, passando a ser bimestrais ou semestrais:
“Isso é um ponto de atenção porque quando um conselho não se reúne com a frequência mínima necessária, que no meu entendimento é mensal, há um sinal ruim dentro da empresa, dentro das relações societárias ou das relações familiares. É importante verificar se há frequência combinada de funcionamento dos órgãos e se está sendo exercida”.
Qualidade do que se está debatendo
É preciso analisar se a qualidade das deliberações estão atendendo os preceitos que foram desenhados nos instrumentos da governança. Se for detectado que uma ata de reunião está muito superficial, que os assuntos estão sendo tratados de maneira rasa e poucas decisões estão sendo tomadas, isto compõe outro indicativo de que o processo de governança não está sendo bem conduzido ou está em processo de fadiga:
“Muitas vezes as empresas não identificam quando há algo errado neste processo e detectam este fato apenas quando há um resultado ruim no resultado ou na ação e na perda de performance. Muitas vezes os acionistas não conseguem identificar que o problema ou a causa e apenas estão olhando a consequência” esclarece o diretor-presidente da JValério.
As empresas que conseguem se organizar sozinhas são aquelas que absorveram os conceitos de governança, que passaram para as demais gerações todo o procedimento já integrado na cultura da empresa.
Passos que priorizam a Governança Corporativa
- Conselho de administração independente e atuante;
- Separação do papel do conselho de sócios do conselho de administração;
- Definição clara do processo de ingresso ou não de familiares na empresa;
- Gestão dos riscos corporativos;
- Eficácia nas deliberações do conselho de administração.
Sobre Eduardo Valério
Eduardo Valério é graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em Estratégia e Marketing pela Kellogg Business School e especialista em Governança Corporativa para Empresas Familiares pela Wharton Bussiness School, Pennsylvania. Eduardo é diretor-presidente da JValério Consultoria S/C Ltda, associada à Fundação Dom Cabral (FDC) para os estados do Paraná e Rondônia, e vice-Presidente da Federação Nacional das Associações dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (FENADVB).