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Meu contador é ruim!” Guardadas as devidas variações de tamanho e passionalidade

Fonte: O Autor

“Meu contador é ruim!” Guardadas as devidas variações de tamanho e passionalidade, essa é a frase jargão de nove entre dez empresários brasileiros, já que a contabilidade, via de regra, não atende às expectativas de sua clientela.

Em outras palavras, os serviços prestados pelas empresas contábeis estão aquém daquilo que as suas contratantes julgariam ideal. A falta de informação, a pouca proximidade, o trabalho meramente escritural são os campeões dentre as causas de tanta insatisfação.

De fato, não podemos ignorar a culpa desses fornecedores, que muitas vezes trabalham mais para o fisco do que propriamente o cliente. Na intenção de evitarem multas – muitas vezes absorvidas pelo profissional contábil – ficam mais atentos ao calendário fiscal, em detrimento dos objetivos e anseios empresariais.

Contam-se nos dedos, por exemplo, quantos escritórios possuem registro da data de aniversário dos seus clientes. Bobagem? Pode até ser, mas tal qual um amigo que espera sua lembrança no aniversário, o empresário gostaria, sim, de ao menos ver um balãozinho na tela do computador nessa data.

Enfim, muitas são as reclamações nessa área, e a grande maioria tem fundamento, sem dúvida.

Agora, um convite à reflexão: sua empresa estaria mesmo preparada a ter uma contabilidade de ponta? Será que a estrutura gerencial do seu negócio produz informações que realmente tornariam viáveis análises mais profundas?

Bem, já prestamos consultoria a algumas empresas contábeis e identificamos o seguinte: nem sempre elas são as principais culpadas. Muitos clientes simplesmente despejam sua desorganização na estrutura contábil e facilmente a culpam pela falta de informações.

Por sua vez, esses escritórios, já complexados pela culpa recorrente, assumem o papel passivo de controladoras do erro, limitando-se a absorver passivamente toda e qualquer reclamação.

É tempo de mudar tal cenário, sem dúvida. E um bom começo certamente passa pelo melhor conhecimento do próprio negócio, antes mesmo de qualquer questionamento à assessoria contábil que o atende. Que tal dar o pontapé inicial informando ao contador os controles que você possui e perguntá-lo se eles teriam algum proveito?

Sugiro a você, empresário, que experimente uma nova modalidade de consultoria: dê à sua contabilidade informações mais precisas e deixe que ela lhe entregue sugestões de melhoria, ao invés de apenas guias a serem recolhidas. Permita a ela opinar sobre a sua operação e lhe forneça alternativas ao fluxo de caixa

Atualmente temos bons escritórios voltados a este tipo de assistência, um trabalho que suplanta em muito a técnica pura e simples. Frequentemente, ao se elaborarem relatórios, vêm à tona processos errados que ninguém sonhava existir.

Confronte seu contador de forma a direcioná-lo para este tipo de atividade. Se ele não atender tal demanda, procure outro que possa contribuir de forma mais dinâmica e fornecer mais e melhores informações.

Ou não! Permaneça numa gestão medíocre, feita no caderno de pauta. Siga a mentalidade do “se não sonegar não sobrevivo”. A ignorância pode até ser confortável em certos momentos, mas se não conhecemos a fundo o nosso próprio negócio, jamais avaliaremos seu real potencial de crescimento. Neste caso, o mau contador continuará atendendo sem qualidade e você achando que os honorários estão superavaliados, independentemente de quão baixos sejam. E acredite, eles sempre sairão muito caro, de fato.

(*) Frederico Aziz é contador, advogado tributarista e diretor executivo da NTW Pampulha.

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