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O profissional sênior no mercado

Segundo o IBGE, o Brasil tem aproximadamente 15 milhões de idosos (pessoas com 65 anos ou mais)

Segundo o IBGE, o Brasil tem aproximadamente 15 milhões de idosos (pessoas com 65 anos ou mais). Destes, 4,5 milhões de aposentados continuam no mercado de trabalho. E neste momento tudo nos leva a crer que esse número vai aumentar. As projeções do Instituto para 2020 são de 20 milhões e, em 2060, deve quadruplicar, chegando à casa dos 60 milhões de pessoas.

A expectativa de vida aumentou ao longo dos últimos anos, de acordo com os avanços da medicina e a mudança da relação das pessoas com a questão da saúde. Alinhados aos dados do IBGE, que consideram o aumento da expectativa de vida dos brasileiros para 74 anos, os demógrafos chamam atenção para a mudança da pirâmide etária no Brasil, reforçando a necessidade de aparelhar as áreas de saúde e de previdência para enfrentar essa nova realidade.

Um aspecto animador é que nos deparamos com uma mão de obra com mais idade, e com aumento de trabalhadores com mais experiência, e nesse sentido, o Brasil tem muito a aprender com países mais avançados.

Juntando-se a esta faixa etária encontram-se também no mercado de trabalho aqueles com mais de 40 anos.

Diante do cenário atual do país e do presente desemprego, muitos profissionais, considerados como se estivessem “em fim de linha”, passam a ser vistos com um novo olhar.

Fim do antigo paradigma: 40 anos ou mais não significa fim de carreira, o mercado de trabalho está valorizando e se reestruturando para a absorção deste profissional.

O aumento da inclusão social, da autoestima e o exercício do intelecto são benefícios do trabalho para esta faixa etária. Práticas inovadoras, para a absorção destes profissionais, entendidos como diferenciais para as empresas passam a ser alvo da gestão de pessoas. Pois mesmo diante na crise, isso não significa que as empresas estejam paradas na pesquisa de candidatos.

Numa economia onde a criação de valor provém basicamente das pessoas, os resultados dos recursos humanos, não é questão de opção, e sim de sobrevivência e mais do que isto de competitividade.

Isto significa que profissionais acima de 40 anos representam um núcleo considerável daqueles que são economicamente ativos, e hoje são entendidos como profissionais qualificados e com capacidade de gerar resultados positivos. Um profissional motivado e qualificado tem ainda muitos anos pela frente para colaborar e consequentemente contribuir.

Independente da sua faixa etária, em vez de ser direcionado pelas circunstâncias, constate que precisa de determinação. Você deve fazer as coisas acontecerem para melhorar sua situação. Pode ser responsável pela sua história. Molde-a independente dos problemas do cenário atual.

Isto nos remete a importância do desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais. Ou seja, a busca do acúmulo de competências, uma educação sem paradas, com formação compatível com a função, atualização, pós-graduação, MBA, aperfeiçoamentos constantes, outras línguas, Inovação, domínio das ferramentas tecnológicas e mídias sociais (Linkedin, Facebook, Twitter, Instagram etc). As postagens sinalizam a atenção às mudanças na sua área e a procura pela atualização, além de somarem pontos. Neste contexto então se reconhece a essência da capacitação dos profissionais, a convicção do investimento nas pessoas alavancando a excelência, elaborando um direcionamento das atividades à sensibilização e desenvolvimento.

Manter-se atraente ao mercado, desenvolvendo suas competências e potencialidades, agregado a uma boa rede de relacionamentos.

Algumas recomendações são importantes no processo de participação de um Recrutamento e Seleção.

Primeiramente estudar em detalhe a vaga que está disputando, desde o perfil necessário até o salário praticado pelo mercado. Conhecer em profundidade a empresa, isto reforçará o interesse ao mencionar aspectos importantes, por exemplo, relacionados à cultura da instituição.

Relatar situações positivas e que alavancaram resultados, reforçar o comprometimento e destacar que a idade é um diferencial, já que permite a experiência para o enfrentamento de novos desafios e a adaptação a situações de todos os tipos.

Combater o preconceito que pode existir devido à idade: destacar momentos que foram necessários uma postura flexível para atingir objetivos e metas, e mencionar durante a entrevista. Isto ajuda a quebrar o paradigma que “os mais velhos” não se adaptam com facilidade.

Demonstrar que é comprometido com práticas relacionadas a qualidade de vida, e melhor ainda, sabe equilibrar as diversas áreas da vida.

Talvez seja o momento de um novo recomeço e isto pode significar uma importante queda salarial relacionado ao status anterior: aceitar o desafio, mostrar que veio para somar.

Lembrar-se que o mercado procura o profissional capaz de aprender e manter-se atualizado, polivalente, poli competente, orientado para a interdisciplinaridade, autodesenvolvimento, para desafios, para aquele que é empreendedor e comprometido com o negócio da empresa.

Patrícia Carneiro Pessoa Pousa tem 27 anos de experiência na área da saúde/hospitalar com atuação em hospital de grande porte. Experiência empresarial no segmento da Gestão de Pessoas, Qualidade, Projetos e Planejamento Estratégico. Gerencia os Sistemas de Pessoas, com expertise na elaboração e desdobramento em projetos de RH. Experiência como docente, atuando na Fundação Getúlio Vargas. Mestre (MSc) pela Unicamp, MBA em Gestão de Saúde pela FGV, MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela FGV. Especialista na área de Projetos na Suécia pela Swedish Internacional Development Agency. Consultora em Gestão de pessoas, Liderança e Planejamento estratégico para ONGs.

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