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Como minimizar os impactos do aumento constante da inflação

Professor de Economia da IBE-FGV dá dicas para os consumidores e sugere qualificação

Fonte: A Autora

Professor de Economia da IBE-FGV dá dicas para os consumidores e sugere qualificação

Em agosto, a inflação mediana prevista pelo consumidor brasileiro para os próximos 12 meses ficou em 10,0% e atingiu, pelo sexto mês consecutivo, o recorde da série iniciada em setembro de 2005 entrando pela primeira vez na casa dos dois dígitos.

Para o bolso dos consumidores, os impactos vão da alta nos preços dos supermercados às promoções dos produtos de tecnologia. Para o mercado, sobram demissões. “Isso significa que onde houver consumo como no setor de alimentação representado por supermercados e restaurantes, o indicador será repassado normalmente ocasionando aumento de preços. Já onde não houver demanda como no setor automotivo, a chamada linha branca e na indústria de bens de capital, infelizmente, o recurso será regular os valores com redução de custos e demissões”, aponta o professor de Economia da IBE-FGV, Múcio Zacharias, diretor do Economies Consultoria Empresarial.

O especialista avisa que se a cesta básica, outros alimentos e produtos de limpeza estão mais caros, a dica é pesquisar antes de comprar e levar a famosa listinha ao supermercado. “Adquirir apenas o essencial é uma alternativa. Nada de exageros para não incentivar ainda mais a elevação de preços. Comer fora também está cada vez mais custoso, então deve ser feito com prudência”, ressalta Zacharias.

Segundo o especialista, o momento é bom para investir em produtos de tecnologia e eletrônicos. “O setor amarga uma redução drástica de preços, que não sobem nem com a alta do dólar devido ao fraco desempenho das vendas. É possível aproveitar as promoções para fazer um investimento naquele produto dos sonhos como um televisor gigante, um notebook de última geração, câmeras fotográficas ou similares”.

É necessário, ainda, bom senso para as aplicações. É que enquanto os juros são exorbitantes, a rentabilidade fica bem abaixo do desejado. “Não é hora de esconder dinheiro, nem apostar em aplicações cujos resultados não são animadores. Usar o dinheiro com bom senso e apostar na recuperação da economia é o ideal. Já existe perspectivas de melhora para o final do ano”.

Mas, o professor da IBE-FGV explica que enquanto a expectativa da inflação se mantiver em alta e as tendências se confirmarem, os empresários manterão os facões afiados na tentativa de sobreviver à onda negativa cortando tudo e mais um pouco. “Infelizmente, essa é a forma de se manter no mercado, com o cenário do jeito que está”, diz.

Múcio Zacharias também destaca que a ideia de usar o dinheiro das indenizações para abrir o negócio próprio pode ser muito arriscada. O conhecido empreendedorismo do brasileiro pode leva-lo a agir desta maneira, mas, de acordo com o especialista, esse é o momento impróprio. “O problema da crise é de demanda, justamente o que é preciso para fazer um negócio dar certo”, explica ele.

A dica, neste caso, é turbinar o currículo com cursos de especialização, caprichar no networking e buscar uma recolocação. “A concorrência está acirrada devido às demissões. Mas, muitas empresas estão em busca de bons profissionais em meio àqueles que perderam seus empregos. Vale a pena investir na educação executiva, insistir nas vagas existentes e participar dos processos seletivos. Acredito que o que precisamos para vencer é acreditar e persistir”, conclui.

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