Independente da especialização, todo profissional de alto desempenho deve seguir e ter uma atitude dentro dos melhores princípios éticos seja estes princípios definidos por um organismo profissional e/ou pelas melhores práticas de gestão da organização para qual trabalha.
No caso dos auditores, sejam externos ou internos, empregar o zelo esperado é condição de extrema importância para reduzir o risco de auditoria, Isto é da não detecção da fraqueza do sistema de controles internos, ou no caso do auditor externo, risco de uma distorção relevante nas demonstrações financeiras não ser observada.
Conforme a norma de atributos 1220 publicada pelo IIA os auditores internos devem exercer o zelo profissional levando pelo menos em consideração:
- Aplicar a extensão do trabalho necessária para alcançar os objetivos de auditoria,
- Considerar a significância dos assuntos na aplicação dos procedimentos de avaliação,
- Analise da probabilidade de erros e irregularidades, ou não conformidades,
- Aplicação de ferramentas adequadas para sua avaliação,
- Estar alerta aos riscos significativos que possam afetar sua avaliação e/ou operação sob avaliação.
Em minha opinião, o maior inimigo do zelo profissional é a padronização irrestrita dos procedimentos de auditoria, como planejamento, programas etc., além da não utilização de metodologia estatística para definição do tamanho da amostra e de sua extração do universo.
Muitas vezes me deparo também com casos onde o auditor está mais preocupado com o cumprimento do procedimento de auditoria do que com o objeto sob avaliação, isto é mortal para a eficácia do trabalho.
O auditor, ao mesmo tempo em que tem que ter uma visão do todo, ele também deve enxergar o detalhe, tem que ter uma visão analítica apurada e consistente com sua experiência. Ele tem que procurar em suas revisões analíticas do processo tudo aquilo que está fora da curva, tudo aquilo que não faz parte da média do processo.
Em minhas aulas nos cursos de formação de auditores internos exemplifico o zelo profissional com a seguinte analogia:
“Você esta avaliando uma sala, e próximo à porta, você se depara com uma pequena linha, dependendo do seu grau de analise, você pode decidir que aquilo não é material e seguir aplicando seu trabalho naquilo que faz sentido, dentro de sua concepção. Se você tiver uma visão mais analítica do processo, ira entender que aquela linha não faz parte do contexto, mas também que não deveria estar naquele local, ela deveria ter sido descartado em algum compartimento apropriado, com isto em mente, você se abaixa para remover esta linha daquele local, mas quanto tenta fazer isto, verifica que ela está presa, e que a consistência dela é diferente do que você imaginava. Neste ponto, não satisfeito, você investiga o porquê desta linha estar presa, e verifica que ela passa para o outro lado da porta, não é tão pequena como inicialmente você imaginava, e então você resolve abrir a porta para identificar onde ela está presa, e quando você abre a porta vem a surpresa, não era uma linha, e sim o pelo do rabinho do Elefantinho que estava do outro lado da porta!”
O auditor tem que ter a prudência necessária para definir os procedimentos que serão aplicados nos trabalhos de avaliação, além disto, tem que ter a habilidade e competência adequada para o trabalho que esta conduzindo.
Apesar de aplicar o zelo profissional apropriado ao trabalho não que dizer que isto implica em infalibilidade, continuará existindo, e sempre existirá, o risco de não detecção.