Muitas vezes as empresas e, principalmente, as pequenas e médias, ao compararem o seu volume de vendas com o reflexo em caixa percebem um resultado abaixo do esperado. A conclusão mais simples a que chegam é que deveriam aumentar os preços de seus produtos e serviços.
Em uma economia estável como a que o Brasil registra hoje, esse pode ser um dos caminhos mais comuns a ser utilizado, desde que o reajuste efetuado seja absorvido pelo mercado e reflita no aumento do volume de negócios. Em contrapartida, essa medida pode ser menos eficaz para empresas que projetam ampliar seu campo de atuação e, portanto, deve ser seguida com cautela, traçada após as devidas análises da concorrência, do mercado e do público-alvo de uma empresa.
Uma alternativa que se mostra mais ágil e até mais eficiente, no que diz respeito ao aumento da produtividade, é a reestruturação das operações internas, avaliando oportunidades de reduzir custos.
Embora não haja uma fórmula específica, uma das medidas sugeridas é a de um acompanhamento contínuo dos empreendedores em todo o processo de gestão das despesas.
Isso é possível por meio de mecanismos, sistemas e ferramentas internas que permitam conhecer determinadas situações e, assim, tomar decisões mais assertivas.
Recente estudo do Sebrae-SP mostra que a maior parte (86%) das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas não conhece a composição exata dos custos do principal produto ou serviço que oferece no mercado. Outra pesquisa, da consultoria Nielsen, sobre as perspectivas das MPEs na América Latina, comprova que a falta de gestão sobre os custos aumenta a vulnerabilidade das empresas em médio prazo.
Nesse sentido, é importante identificar onde estão os principais gastos da empresa desde os mais básicos, como energia elétrica, telefonia e combustível, até os mais complexos, como estrutura e processos. Muitas vezes, ideias criativas e pesquisa de mercado já podem surtir efeitos quase imediatos: racionalizar a utilização de aparelhos eletrônicos, buscar tecnologias alternativas para serviços de voz/internet e, até mesmo, aliar-se a parceiros especializados que possam contribuir com a gestão de despesas operacionais.
Para citar outro exemplo, ainda segundo os estudos acima, no que se refere a métodos de pagamento, aproximadamente 76% das PMEs brasileiras utilizam formas ineficientes de pagamento, como cheque e dinheiro, para seus gastos cotidianos, mesmo considerando que o uso de ambos varia de acordo com o tamanho da empresa, de acordo com as pesquisas.
Os estudos indicam ainda, que apenas 3% utilizam cartões de crédito ou débito, sejam empresariais ou pessoais.
Para a pequena e média empresa ter uma vida saudável, é preciso separar os gastos pessoais dos empresariais, portanto, saber gerir as despesas do negócio não é só uma necessidade de grandes empresas, mas fator crítico de sucesso no mundo corporativo atual. Estudos à parte, em uma economia onde a concorrência é grande inovar, tornou-se uma prática necessária para colher bons resultados Ao fazer a 'lição de casa' bem feita, o pequeno e médio empreendedor pode ganhar mais tempo e dinheiro para investimentos internos, como em infraestrutura, tecnologia, capacitação de colaboradores e aumento da produção. Tudo sem prejudicar o funcionamento de sua empresa.