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Ética é a palavra de ordem na política e também nos negócios

Afinal, o que podemos entender por ética empresarial?

“Como ir bem em um país que vai mal?” Esta pergunta abriu a palestra realizada, em novembro do ano passado, pelo presidente do Banco Santander, Fábio Barbosa, que acabei de assistir no You Tube (http://www.youtube.com/watch?v=SrONJfa9lZU).

Apesar de liderar a terceira maior instituição financeira privada do Brasil, a participação de Barbosa não foi centrada em ativos e commodities financeiros e sim na responsabilidade social que todos, inclusive as empresas, têm na construção do nosso País. Ao fazê-la, ele quis provocar a plateia, pois, apesar dos bons ventos que sopram a nossa economia nos últimos anos, ainda há um vendaval de problemas sociais que varre boa parte da sociedade brasileira.

 

Do ponto de vista empresarial, ele enfatiza que a busca pelos resultados deve centrar-se na Ética, pois, quando contratamos um fornecedor que causa danos ao meio ambiente ou não respeita seus funcionários, tornamo-nos corresponsáveis ou, melhor dizendo, cúmplices dessa história.

A fala de Fábio Barbosa vem ao encontro dos valores que há tempos defendo, no que tange à gestão empresarial e às chamadas boas práticas corporativas, como bem aponta a advogada Maria do Carmo Whitaker “A credibilidade de uma instituição é o reflexo da prática efetiva de valores como integridade, honestidade, transparência, qualidade do produto, eficiência do serviço, respeito ao consumidor, entre outros”.

Afinal, o que podemos entender por ética empresarial? De maneira simplista, seria a forma de “ser e proceder” de uma empresa. A implantação da ética corporativa resulta no engajamento das pessoas com a organização e no orgulho de pertencerem ao quadro da empresa. É fundamental que exista o sentimento de admiração para se estabelecer identificação com a causa. Portanto, a ética empresarial retrata a cultura organizacional. Ética implica responsabilidade e comprometimento e, como tal, incomoda os que querem ganhar a qualquer custo, mesmo que todos os demais saiam perdedores.

O que falta à realidade empresarial é a presença de um modelo de gestão ética que dê um norte às organizações, como a exata compreensão de que competência para resultados não é fruto de comando autoritário e ações reativas. Competitividade traduz-se, infelizmente, em estímulo para vencer, a qualquer preço, mesmo passando por cima da dignidade. A competição predatória é alimentada o tempo todo, sem até mesmo ser percebida - este é o grande paradoxo e a contradição nos discursos motivacionais das empresas. Um modelo de gestão ética começa por uma profunda revisão na cultura corporativa.

A corporação do “ser” cada vez ganha mais espaço. Algumas ferramentas ou recursos corporativos podem ser usados no dia a dia para estimular a ética organizacional, pessoalmente recomendo e reforço a cultura do diálogo: comunicação e relacionamento são duas áreas que devem ser consideradas estrategicamente, pois são fatores éticos de sobrevivência organizacional.

Exatamente, sobrevivência. Esta nova postura que estabelece um comportamento ético em todas as esferas da organização é cada vez mais presente no ambiente corporativo. Empresas e governos têm exigido selos e certificações que apontam bom manejo ambiental, ações sociais responsáveis como classificatórios e eliminatórios em processos de licitação ou concorrência. Ou seja: Ética é a palavra de ordem na política, na sociedade e também nas empresas. Como diz o jurista Fábio Konder Comparato “Já é hora de voltar a ver a floresta e não apenas enxergar as diferentes árvores que a compõem”.

Até a carta de dezembro!

Denis Mello

diretor-presidente

diretoria@fbde.com.br

(11) 3674-9999

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