Recentemente, a economia mundial foi surpreendida por uma série de escândalos econômicos que abalaram a credibilidade do mercado, gerando como consequência perdas financeiras de bilhões de dólares. A falta de controles gerenciais e sérias deficiências em Governança Corporativa foram algumas das principais causas responsáveis pelo fechamento de importantes corporações multinacionais.
Em momentos de crise, com redução do nível de atividade econômica, o auditor interno tem papel fundamental para auxiliar as organizações a superarem os impactos negativos em suas atividades e atingirem seus planos e metas, como lucratividade, perenidade, competitividade, entre outros.
A redução de custos e os cortes de pessoal, são ações comuns nas empresas em períodos turbulentos, podendo gerar enfraquecimento, na estrutura de controles internos e exposição a riscos que, se não forem identificados e gerenciados, podem trazer sérios prejuízos para a organização.
Nunca em toda a sua história o auditor interno teve tanta importância como agora, ajudando as organizações a identificarem tempestivamente os riscos que podem levá-la a perdas significativas e, até mesmo, à falência. Além disso, o resultado do trabalho deste profissional pode trazer economia e redução de custos consideráveis para as empresas, o que aumenta ainda mais seu destaque no cenário atual.
As normas internacionais de Auditoria Interna, publicadas pelo The Institute of Internal Auditors (Estados Unidos) têm sido cada vez mais conhecidas e aplicadas pelos auditores internos brasileiros. Porém, acreditamos que estamos, ainda, muito longe de onde deveríamos estar em termos de conhecimento e, principalmente, aplicação dos padrões internacionais em nosso País.
Raio X da Profissão
Com a exposição e responsabilidade cada vez maiores dos auditores internos, surge a necessidade de aprimoramento de conhecimentos e técnicas utilizadas no ambiente de TI e de Segurança da informação. Esta preocupação foi um dos importantes destaques identificados pela primeira Pesquisa Sobre as Tendências da Auditoria Interna no país, uma iniciativa pioneira da consultoria internacional Protiviti e do Instituto dos Auditores Internos do Brasil – Audibra/IIA.
O recente estudo feito com mais de 200 profissionais, que responderam a um detalhado questionário com mais de 100 questões, é uma versão “tropical” da pesquisa promovida no mais importante congresso do mundo do setor, realizado pelo IIA nos EUA.
Cerca de 65% dos entrevistados com cargos de diretores afirmam que as questões ligadas ao ISO 27000 (Segurança da Informação) é um dos pontos sensíveis que necessita de urgente melhoria. Esta forte preocupação é compreensiva, já que com a expansão dos canais de comunicação, as informações passaram a se espalhar com enorme velocidade e as empresas tornaram-se cada vez mais expostas, exigindo atenção redobrada na atuação do auditor interno.
O estudo também demonstra que, para 50% dos participantes, é preciso reforçar a organização da Governança Corporativa no que diz respeito ao gerenciamento de riscos de fraudes, utilizando-se de programas tecnológicos mais eficientes. Já com relação aos aspectos que envolvem habilidades pessoais, a pesquisa revela uma curiosidade: mais da metade dos auditores entendem que planejamento estratégico e o fato de se apresentar melhor em público são aspectos relevantes para ascensão profissional.
Os resultados da pesquisa demonstraram que estamos no caminho certo, indicando que os profissionais de auditoria brasileiros estão preocupados em conhecer e aplicar as normas internacionais da área. O mercado nunca esteve tão atraente para os auditores e a tendência é que continue assim nos próximos anos.
*Oswaldo Basile é auditor e Waldemir Bulla, consultor